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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Canto


                         Canto
Canto livre, canto alto, canto triste, canto baixo.
Pássaro solitário no clarão, pássaro amigo do vão
Que de amor vive eternamente, esquecendo de seguir em frente.
Pássaro sem asa que vive sem motivo, descansado, não procura abrigo.

Canto livre, canto alto, canto triste, canto baixo.
Na imensidão do horizonte destacado, feito o ardente sol bastardo,
Que chora ao se por, que chora por não ter amor.
No resto o que ficou, fragmento ofuscado da dor de um senhor.

Canto livre, canto alto, canto triste, canto baixo.
Velho sonho esburacado, velho filme acabado.
Velha dor de te perder, velho caso a acontecer.
É o desdenho de te querer, é a dor de envelhecer.

Canto livre, canto alto, canto triste, canto baixo.
Do alto de um abismo jogo-me sem alardes.
Estranho é viver sonhando nebulosas saudades,
Andando infinitas ruas em casas e em cidades.

           (João Pedro oliveira) 03/09/2012