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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O ESTRANHO MUNDO FEITO DE PANO



             O que Pensamos ter vivido há tempos atrás foram apenas lembranças de um sonho infrutífero. Com marcas na areia a praia linda e encantadora era apenas um triste cenário de uma história que não aconteceu e ao acordar me pergunto se foi de fato real aquela estranha lembrança.

O ato de agir compulsivamente ao se atirar para outra pessoa de braços abertos e ao olhar nos olhos da companheira é o que faz com que sonhemos histórias infrutíferas.

Árvores falsas marcadas com inicias, parques voadores a vagar pelos céus, pessoas a pairar normalmente no ar, sintomas claros de uma história não real, criada por minha imaginação no momento de um breve repouso. Pássaros falsos de plásticos, homens de lata, mulheres de vidro e a inconstância a me levar para o infinito. Nós homens éramos os mais resistentes, por tanto tínhamos a obrigação de proteger o nosso amor-mulher das garras dos gigantes de pedra que tinham um estranho costume de matar as mulheres que eram frágeis, que eram feitas de vidro, ouço uma voz a dizer: - Cuide bem do seu amor.

Havia uma colina em que os gigantes se jogavam contra a aldeia dos homens de lata e das mulheres de vidro, sempre fugíamos para um sótão gigante e muito resistente, mas numa noite tivemos um massacre, nós homens apenas ficamos amassados, mas das mulheres apenas restou os cacos. O meu coração que era de plástico permaneceu intacto, pois nós, homens de lata, temos uma proteção contra ataques de gigantes de pedra, mas pobre dos nossos amores-mulher, ficaram dilacerados. Foi quando houve a revolta dos homens de lata.

Não sabíamos o que fazer diante de tanta dificuldade, foi quando um dos homens de lata teve uma idéia um tanto corajosa. Perto de lá havia uma aldeia de homens-martelo, mas eles não iam com a cara de ninguém e era muito arriscado falar com eles, pois poderíamos sair da li mais do que estávamos amassados. Mas mesmo assim fomos com a coragem e ao chegar notamos, depois de um tempo conversando com eles, que eles eram um pouco mal amados e eles são seres solitários e sem motivos para viver, então um destemido homem de lata diz:

- vamos destruir os gigantes de pedra que acabaram com nossos amores!

Então todos daquela estranha aldeia concordaram com seu pedido e foram a procura da vingança e não eram poucos, pois haviam centenas de homens-martelo e numa noite ao repouso dos gigantes de pedra todos os homens- martelo e homens de lata destruíram os gigantes de pedra. Os homens- lata se arrependeram depois de ver que os gigantes de pedra eram apenas seres incompreensíveis. O clarão da lua de madeira iluminava o estranho mundo feito de pano, onde moravam seres inimagináveis e pairando fomos todos, homens-lata, de volta pra casa.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Nas asas do tempo

                                                                 

Um relógio na parede, o tic tac dos nossos dias. É incrível como as coisas tomam vida e somem de nossas almas, a felicidade que antes vivia ao meu lado eu nem busco mais, pois sei que já é um fato consumado e que tudo, com o tempo, criará um par de asas e voará para o infinito sem mais voltar. Mas o que realmente queremos? o que queremos ser neste breve passamento?
Queremos ser capazes de amar sem querer nada em troca, queremos ter a humildade de se comparar a um pobre mendigo, queremos buscar todas aquelas estrelas do céu e a lua para quem a gente gosta, queremos esquecer de tudo aquilo que faz da gente as pessoas errantes. Queremos a paz que não esta em lugar nenhum a não ser em nós mesmos. Os dias que a gente se esforça para torna-los normais estão se tornando cada vez mais monótonos, e você vai percebendo que toda aquela raiva que você sentiu naquela hora de fraqueza, foi apenas um ensinamento. As vezes a gente sente que tudo vai tão rápido que a gente se acha parado no tempo, mas não estamos, pois as marcas dele ficam em nós. É como se ele tivesse asas e nos levasse depressa para o nada, a imensidão do vazio, onde habita a dor de viver o resto dos dias na escuridão de um alçapão, mas o coração... ele não entende o que faz bem ou o que faz mal para ele. A gente não espera nada e as coisas apenas acontecem de frente aos nossos olhos e buscamos uma forma melhor de permanecer vivendo, nos agarramos aos nossos sonhos e erguemos a cabeça olhando para o fim do horizonte, onde está a esperança dos nossos dias, os dias de paz, onde está a calmaria.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Horizonte

                                                               
                                             
Velejo solitário, sentado avisto no alto mar
Um sonho distante e o horizonte a destacar
Um sol carente e amargo se pondo em beira-mar
Para deixar de brilhar como a vela que se apaga depois de se assoprar.

Olho pro lado um copo vazio e o vento levando o frio aonde fores passar,
querendo um dia por fim voltar a se amar, acertar o teu caminho como a jangada vai no mar.
Perdendo o meu medo vou sozinho velejar, perdido nas lembranças que trago em alto mar,
passado distante vivido por mim em um lugar ofuscado pelo tempo que você deixou ofuscar.

Vertigem demasiadamente límpida como aurora das manhãs, as relvas dos campos e o vermelho das maçãs.
Sonho desprovido do amor que juraste ser incondicional, sem que uma gota de lagrima fosse derramada na intenção passional.
Percebo como as coisas passam com o vento, é como se eu estivesse parado no tempo,
Apenas lembrando do que não vivi, apenas sonhando o medo do fim.

A terra que avisto será um novo começo do final perdido, mas o medo me afasta do que parece o paraíso.
Mas não sou tão criança pra entender tudo isso, e o frio me lembra de que preciso de um abrigo.
corro para terra, cansado sento no chão da praia fria, e o sol do outro lado que mais tarde se escondia                tão igual ao meu amor que mais tarde morria  e eu sentia no final do dia a lágrima fria que no meu peito caia.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Infinito amor


                                  Infinito amor  
 Percebo que não há como voltar, Mas lembro do que eu acabara de presenciar.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        Linda donzela do cheiro da for Que sem cerimônias meu sentimento levou.
Fazendo-me sentir no ar, Sendo deixado pelo vento como as ondas são do mar.
O sentimento me abraça pareço estar acabado, Por fim percebo que eu estou apaixonado.
Paixão é querer é saber é sentir.Paixão é viver é perder é partir.
Querer pra si o que não tem fim, Querer fugir e acabar por fim em um final feliz.  
Não tem sentido de o amor ser escravo, Mas antes isso do que ser abandonado
Sentindo o frio do vento gelado Feito o inverno do ano passado.
            
                          

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Mulher

                                                          Mulher
                       
                          Ser intenso e misterioso, ser insano e esplendoroso.
                          Olhos, boca, unhas e cabelos. Rainha deusa dos meus anseios.
                          Do mundo o que seria sem os seus afagos?
                          Das mulheres o que seria sem os homens fardos.
                 
                         O desejo insano dos seus companheiros, a deusa dos cantineiros.
                         Ao ver deslumbro-se com tanta ingenuidade, mas também maturidade.
                       De respeito incondicional  mereces, mas que poucos homens percebem.
                       Atenção e consideração sem dúvida devemos ter,  para a paz se estabelecer.

                      Mulher do outono, mulher do verão, mulher do sentido, mulher da razão.
                      Mulher do cheiro da flor, mulher que por fim guardou a ilusão pra depois,
                      a razão de sermos dois é a saudade que me abraça, é a dor que me maltrata,
                     é o sonho de um mendigo, é tempo pedindo abrigo.
                   
                       Por fim, digo o que penso, penso o que digo subo no monte mais lindo
                       e depois eu grito: - O paraíso está vindo e eu de sonho estou vestido,
                       na ilusão de um amor-mulher, na continuação da terrível maré.
                       Mulher, Mulher, Mulher...
                     
                       

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Vertigem

                                                              Vertigem

    Abro os olhos para o desconhecido, longe de tudo, não vejo sentido.
    Sinto que é como não sonhar, sinto que é como não estar.
   O pulso ha tempos não deu sinal, percebo que o fim não é tão mal.
    A velha felicidade momentânea se afasta, e eu só desejo o que não me agrada.
    Louco e compulsivo durmo no chão, apenas o vício de sentir o vão. Dentro
   de mim é como se não avesse ar, quando te vejo tento me transportar para
    o lugar que estava a imaginar
    Parece amor doentio, mas  não tem sentido abraçar
  o frio e por fim viver sozinho.
 O que me atrai eu nem sei mais, queria poder viver um dia de paz.
  Busco em mim sonhos que nem eu sei definir,
 quero encontrar, nem que seja, uma ilusão, uma paixão
   para dividir a minha louca visão do mundo onde vivo.
Sei que demorará para encontrar a razão de me  amar, sei que o amor próprio
   é fundamental para se viver em paz, mas que
     dias melhores virão disso
não tenho dúvidas, nisso eu posso confiar. nisso eu vou confiar.

Outro lugar




Ando com a esperança de viver em paz, vivo a vida sonhando em um lugar que traz: O mesmo beijo a mesma dor, mas só queria fugir, voar sem temer o fim, sentir o frio em mim, pensei no que viria por isso trago emfim o meu amor por ti. Não procurarei mais nada, pois já sei quem é capaz, já sei quem me faz voar para este lugar,não, não são aquelas, pois o verdadeiro amor se conhece de longe, muito longe. E é aqui onde moraremos, e é aqui onde viveremos longe de tudo, longe de todas. Não me deixe sozinho, pois sei que vou envelhecer e a dor de envelhecer sozinho é bem pior do que morrer no caminho, no nosso caminho. Se tu soubesses, o quão grande eis na minha memória, não farias esse teatro insano e impróprio ao meu amor incondicional. Só viva comigo no outro lugar, no nosso lugar que está a nos esperar. Sei que não podes, mas fuja comigo e saia desse amor falso e solitário. Não percebes a solidão que passas ao lado desses amores retorcidos e ofuscados pelo tempo? Viajarei para outro lugar e te esperarei nesse lugar e o tempo que demorar é o que mais vai me matar aqui no outro lugar.

sábado, 22 de setembro de 2012

Devaneios de um mendigo


               
   

Breve encanto efêmero, distante oculto e vazio.
De tanto te esquecer, lembrei do meu caminho.
É triste ser o desatento, é frio respirar o ar alento.
Estou Caído, deixado por alguém desconhecido.
Ferido, viciado, mas não quero ser interrompido.

-Queridos pássaros! Desdém desta vida repugnante e solitária.

Mas ora! Dera-me eu fazer tudo que aconselho. Se nem amarrar meus próprios sapatos, da forma correta, eu consigo. Era de se esperar, um pobre mendigo se comparando aos míseros pássaros, eles podem ser míseros, mas sabem voar.

E quanto a mim? Serei um pobre mendigo pro resto da vida? Mas é óbvio que sim. Pessoas que vão e vêm, pessoas que riem e choram umas até se dirige a palavra a mim, mas outras têm um nojo infinito, como se eu tivera feito algo maléfico e impiedoso. Pessoas batalhadoras que soam para ganhar o seu salário mínimo tão relevante. Deslumbro-se ao ver todo dia o sol nascente esplendoroso e se esvair, deixando a lua brilhar para me servir de abajur, ás vezes acaba esquecendo-se de tudo e que só estar ali apascentando a vista é a melhor coisa de ser mendigo. Será que alguém reparou na lua hoje? Creio que não, o descanso é importante de mais pra eles, Dera-me eu ter algo relevante para fazer, se não correr dos cachorros raivosos, Desgraçados e malditos. Se alguém é culpado por eu ter roupas rasgadas, são os cachorros repugnantes. Ao olhar para o lado vejo de longe uma imagem ofuscada e intrigante, percebo que é coisa da minha cabeça e volto a dormir. Mas eu escuto um som vindo dos fundos do beco onde durmo.


-Quem este ai?- balbuciei em voz alta, mas o mesmo som vindo de lá eu escutei.

- Se for algum ladrão, eu juro que poreis as mãos em você, desgraçado e pertuboso ser insignificante! Exclamei eu pensando que fosse algum ser desse planeta, mas quando olho para cima não deu tempo para mais nada. Surrupiaram-me em questão de segundos.

Depois de muito tempo adormecido, quando abro os olhos, vejo um ser grotesco, esdrúxulo, melhor dizendo. Supostamente seria um ET.

-Mais o que diabos vocês são? Perguntei em tom de deboche, pois já estava completamente bêbado.

-Cale-se, terráqueo. Vamos ter que abrir você.

-Mas o que? Perguntei afoito e com medo.

- Vamos examinar o seu corpo e descobrir mais sobre o seu funcionamento.

Após me abrir, eles não conseguiram entender tantos sentimentos confusos, tantos anseios prematuros, tantas vontades impróprias, meu coração nem sequer batia, em meio tudo aquilo havia um sangue sujo e me acharam inútil, como todas as outras espécies terrestres, me jogaram no mar.

Por sorte sabia nadar e ao chegar à areia, permaneci deitado e pensativo, refletia o momento que eu acabara de presenciar.

-Mas afinal de contas, será que sou louco? Perguntei a mim mesmo, mas a verdade veio átona e respondi pra mim:

- É João, parece que sim.

Permaneci horas conversando comigo mesmo, havia um desejo estranho fora do normal, queria me afogar, mas o sol estava quase nascendo e aquilo é como se fosse uma voz dizendo que desistir é uma tolice, acabei dormindo lá mesmo. Estranho o sonho que sonhei, vi de longe uma mulher pequena de cabelos longos e pretos, estava vindo em minha direção. Tão meiga, comparei com a sensitiva, pois tão sensível parecia, aquela inevitável mulher, por quem eu estava a se apaixonar. Me dizia coisas que eu tenha em mente desde de que me entendo por gente. Um par perfeito. Breve sonho distante, tudo aquilo doeu em mim, teria preferido não dormir, penso em tudo que vivi e digo:

- A quem estou tentando enganar?

Jogo-me no mar, vejo fora da água um sol fosco e amargo, me afogo com a dor de ter vivido um passado distante. E ver tudo daqui de cima parece bem melhor do que viver amores infrutíferos e egoístas de pessoas falsas e iludidas


-Adeus! Adeus!






João Pedro (00:23) 23/09/2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

"Da janela"

                    "Da janela"
         
              Em uma tarde chuvosa e inquieta permaneço, como todos os dias, apascentando todo o momento permanecido em minha memória, meu amor se esvaindo em meio a multidão de pessoas irrelevantes.
              Sento-me numa cadeira de madeira velha ao lado da janela, pensamentos diversos e confusos, percebo que não tenho o domínio total da minha cabeça. vejo coisas não reais, também da janela vejo: Casas, ruas, pássaros, gatos e cachorros rondando a barulhenta cidade. Me distraio com formigas na parede
-" Como são rápidas"...- Penso eu deslumbrado com tamanha agilidade das pequenas.
  Escuto o som da folha do livro em cima da banquinha, soprada pelo vento gelado e alento. Me lembrou o som das folhas dos livros religiosos que meu avô lia e ainda lê. Influenciado por muitos autores, meu avô morou no rio de Janeiro onde publicou livros que falavam sobra política, mas ele também é um poeta nato, pois faz poesias com qualquer tema. Ele é uma das pessoas que mais me inspiram, tanto no modo de agir, pensar e viver, quanto no modo de escrever o que sinto. Sem pre foi uma pessoa humilde que fala com todo mundo, independente da classe social ou da cor da pessoa com que se está dialogando ele sempre deixa o outro expressar o que esta sentindo. Deito-me na cama e meu pensamento viaja no tempo, volto para os tempos de criança, olho para o teto imagino o céu mais perfeito com infinitas estrelas, com a lua irradiante.
A paz está restabelecida em mim, tento esquecer de anseios obscuros e não passionais, tento lembrar só o mais perfeito passado vivido, tento esvaziar todos os problemas irrelevantes de minha cabeça. Mas algo continua em mim, alguma mágoa infrutífera que me incomoda profundamente. Seras tu? o meu ex-tenebroso amor  de outrora? Ainda lembro do momento insano e vergonho que encenaste em minha vida.
Fez dele razão pra se perder de todas as minhas passionais intenções e dos meus veraneios aos domingos ao teu lado maria. Creio que, nesse momento, os dois devem estar a se beijar. Mas se me ouvir, eu só quero deixar bem claro que o meu beijo é verdadeiro, que o meu amor por ti será incondicional por toda minha triste vida sem você e antes que meu breve passamento acabe, viva comigo! viva comigo! oh doce Maria. A mais bela flor dos meus anseios, a mais sensual das mulheres, com cabelos longos e dourados, suas mãos são como pétalas de rosa insana e esplendorosa, tão pequena maria, tão amável e adorável estrela do meu céu....
                                                 (j. p. Oliveira) 17/09/2012   14:09

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Canto


                         Canto
Canto livre, canto alto, canto triste, canto baixo.
Pássaro solitário no clarão, pássaro amigo do vão
Que de amor vive eternamente, esquecendo de seguir em frente.
Pássaro sem asa que vive sem motivo, descansado, não procura abrigo.

Canto livre, canto alto, canto triste, canto baixo.
Na imensidão do horizonte destacado, feito o ardente sol bastardo,
Que chora ao se por, que chora por não ter amor.
No resto o que ficou, fragmento ofuscado da dor de um senhor.

Canto livre, canto alto, canto triste, canto baixo.
Velho sonho esburacado, velho filme acabado.
Velha dor de te perder, velho caso a acontecer.
É o desdenho de te querer, é a dor de envelhecer.

Canto livre, canto alto, canto triste, canto baixo.
Do alto de um abismo jogo-me sem alardes.
Estranho é viver sonhando nebulosas saudades,
Andando infinitas ruas em casas e em cidades.

           (João Pedro oliveira) 03/09/2012

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Porvir


                                          Porvir
Escolher um caminho, vestir a camisa da independência, deixar para traz o mundo imaginário e viver a vida como ela realmente é, isso me desgasta, mas não significa que estou morto, apenas preciso me adaptar a esta nova maneira de ver a vida.
Lugar? Terei um dia, não precisarei de tudo isso.
Pois não existe sorte, existe força de vontade e não existe amor errado, existe não saber amar, mas como é imensa a dor sobre mim, as vezes penso no que está porvir.
Mais uma vez se esvai meu tão querido amor, desassociando minha vontade de tocar meus lábios em face plena, se esvai distorcendo o “pra sempre” em “passado” de uma vez por todas.
                                                 João Pedro Oliveira (05/01/2012)

Piores anseios


               Piores anseios
                                          Às vezes preciso querer,
                                          Às vezes não sei escolher,
                                          Às vezes queria ceder,
                                          Às vezes queria querer.
                                          Às vezes queria morrer,
                                          Às vezes só quero você,
                                          Às vezes quero guiar,
                                           Às vezes quero estar.
                                          Às vezes quero atenção,
                                          Às vezes não tenho coração,
                                          Às vezes estou mal-amado,
                                          Às vezes estou apaixonado.
                                          Às vezes não me lembro de esquecer
                                          Às vezes esqueço-me de viver,
                                          Quem sabe só quis atenção,
                                          Tanto faz esse meu coração.
                                                                      João Pedro Oliveira  (12/07/12)

Paixão


                Paixão
A paixão é mesmo uma ilusão, como posso ter paixão e não ser iludido?
Como posso te amar e não ser compreendido? Como podes me beijar sem o amor?
Como podes sentir a mesma dor, se o meu coração já está sofrido?
Por que tanto amor contido, sem o pesar da paixão?
Por isso escrevo aqui a dor de ter uma ilusão chamada paixão.
                                  João Pedro Oliveira (04/03/11)

Olhos do destino


              Olhos do destino
Um dia tu irás querer se destinar a alguém mais adaptável ao teu querer. Sim, de fato, o mundo não é perfeito e as pessoas, sim, elas são errantes. Querer mudar, querer estar, viver destinadamente a isso, querer a si próprio o bem, levantar vôo e pairar sobre a imensidão são desejos inalcançáveis, mas quando se é louco nada importa, nada muda, nada volta, mas nunca volta e tudo apenas acaba, se desgasta, envelhece e morre na imensidão  dos teus olhos. E a desolação tomava conta de nós e nos emudecia diante de tudo aquilo diante de todos nós, Vivenciando o som emitido dos pássaros e a rotina mais uma vez complexa e desassociada ao querer de um momento distante.
                                              João Pedro Oliveira 

O esquecido


                        O esquecido
Entre todos os meus devaneios este é o que me recordo com mais clareza. No acender das luzes nós sabemos quem é quem e no decorrer da vida aprendemos a lidar com nossas diferenças, Ainda lembro-me da face turva que no meu caminho apareceu semelhante aos pecados carnais de outrora associados com a desordem e a alienação do ser humano.
Em uma tarde vazia decidi respirar o ar de fora de casa, me encontro com o destino.
-quem é você? (pergunto para o suposto desconhecido)
- Eu sou o destino, levo a vida como um pássaro cantante. Enxergo a alma das pessoas e vejo tudo que se passa, não quero estar mal-informado. E você andarilho quem eis?
-Ah, eu sou o tudo, o nada, eu sou o tédio, a diversão, eu sou a ilusão. Vivo a vida de poeta atormentado, escrevo para desabafar, escrevo para ver se eu me acho, no entanto, continuo perdido em mim.
-Já tivesses um amor andarilho?
- De fato, sem amor ninguém vive. Poente ou não poente, platônico ou não platônico, precisamos de um para viver. Hoje existe uma razão dos meus devaneios, uma linda morena de cabelos pretos e curtos, olhos pretos e penetrantes, é ela que me faz perder a cabeça, é ela que me faz voltar todos os meus pensamentos, é ela que me faz perder o controle.
 -Ela de fato, gosta de você! Estou errado?
- quem dera destino, quem me dera encostar meus lábios em face poente e esplendorosa como aquela. Ela é como se fosse perfeita,mas como ninguém é, eu sei que é só aparência, não a vejo mais, agora só tenho breves passamentos de alegria em mim. Então me despeço do destino e cruzo com a solidão.
- quem é você?
- eu sou a solidão, eu vago sozinha por ai na imensidão, vivo uma vida sem paixão. Agora conte-me  sobre você.
-Eu sou como você, mas já tive paixões turvas e sonhos desistidos hoje eu sou um andarilho, poeta atormentado e iludido.
-nossa, tu me pareceste tão feliz.
- eu sei, todos dizem isso, o fato é que ninguém me entende.
- mas eu te entendo andarilho.
- só tu solidão para entender meus anseios sem sentido.
- sempre a um sentido andarilho, conte-me a razão dos seus anseios?
- ah solidão, se trata de um amor não correspondido, eu também não tenho coragem se quer de convidá-la para o meu mundo, mas se ela estiver me ouvindo saiba que até agora nada mais importante aconteceu na minha vida fora você. Será que eis capaz de bater na minha porta, pra me ver? E me convidaria para sair, para me libertar e por fim me amar?
Dobro a esquina e volto para casa onde é o meu lugar.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           João Pedro Oliveira (25/07/12)                         

O desvendar da estrela repousante


                           "O desvendar da estrela repousante"

Lá está o meu céu, com suas nuvens calmas, com a lua farta do que pelo menos parece ser brilho, nas noites um delírio. E o vento que sopra gelado em meu rosto distanciando em fim o momento tenebroso, o dia em que te vi partir da minha vida. Pensativo, estou feito a estrela repousante Desvendando o passado, questionando o futuro, mas morto no presente, sem você, sem o meu velho amor de outrora, nas tardes vazias em meus braços aqui chora, chora o medo, chora a mentira, chora a estrela que brilhava, mas agora ofuscada na imensidão. A cada dia morro aos poucos, não sabes, eu sei, mas quero colocar aqui o meu amor por ti, em meio ao lixo dos amores que um dia vivi, mas se quiseres voltar tentarei costurar meu coração que um dia esteve a se apaixonar por ti.

                                           11/08/2012
                                              01:33
                                    (João Pedro oliveira )

                                   

ILHA


                              ILHA                
Era tarde de outono, em meu peito havia um desejo era o desejo de se mudar, de sair da rotina. Aquela cidade imensa e barulhenta me atormentava.
Todos os dias eu tinha que ir trabalhar sozinho, mas agora pretendo ir para um lugar distante onde eu escute apenas a voz de uma pessoa, a voz de um amor, do meu amor, um pra mim basta, mas que seja verdadeiro e que me complete.
Coloco na xícara favorita o mais quente chá, apenas para estimular meus pensamentos, pego a velha caneta e o meu desgastado caderno de poemas, me olho no espelho, olho nos meus olhos e vou para sala.
Lá, sento-me e escrevo meus poemas, viajo em meus pensamentos, imagino uma ilha, deito-me no sofá imagino a areia, olho para o lado imagino a mulher mais vistosa, de olhos pretos e cabelo curto. Estávamos a se beijar e o sol estava se pondo, estávamos jogados na areia sem casa, sem coberta, sem fogueira, mas estávamos juntos e era isso que importava, pelo menos naquele curto sonho.
Ao acordar eu só tive a vontade de voltar a dormir e sonhar novamente o mesmo sonho, mas não consegui. Anoiteceu olho para o céu sinto a vontade de levantar vôo, voar para o infinito para nunca mais voltar, fazer uma viagem pela galáxia, sentir o vento em meu rosto, mas o Maximo que consigo é observar as estrelas a milhares de quilômetros. Hora de dormir sento-me na cama espero o tempo passar e assim mais um dia se vai, na minha monótona vida angustiante.
                                    João Pedro oliveira (30/07/2012)

Envelhecer


                                        Envelhecer
                  Quando em minha face debruçar a marca do tempo
                  Ofuscando o meu pensamento,
                  Viva comigo como se fosse à última chance,
                  arranque do meu peito a paixão irrelevante,
                  Não quero viver sozinho alimentando os passarinhos
                  Que estão fora do alcance.
                  Mas se não for verdadeiro o teu amor por mim,
                  Deixe-me só e acabe sem dó o meu amor por ti.
                  O meu amor itinerante e retorcido está cansado de ser escravo,
                  Mas hoje (sexta feira) lembrei do meu passado.
                                        João Pedro oliveira (03/08/2012)  21:23

Desprazer


                                                  Desprazer
     A solidão está nos meus olhos e nos teus eu vejo a dor de não ter solidão. A solidão é como uma folha caída no chão, sem tempo para cair, sem a paixão para sentir, sem a dor e ao mesmo tempo sem o amor. A solidão pode ser passageira, mas sem o amor ela pode durar pra vida inteira, mas tudo passa tudo passará, por que cada história contada é uma lagrima sagrada, um coração ferido, e uma alma cicatrizada.
                                   João  Pedro Oliveira (03/03/2011)

Desatenção


                                Desatenção
Meu amor poente que em minhas mãos passou, que não se recordou por falta de atenção e que por descuido me deixou. Deixou fracassar, deixou de deixar todo esse amor em mim, deixando enfim toda ilusão sem um “sim”. Elidente, quem sabe?  Quem sabe enxerga o que se passa em minha cabeça enfurecida e enlouquecida por não ser amado, mas por ser menosprezado. E mais uma vez esqueço-me de tudo e a desatenção que chega junto com a melancolia e o tédio desassociado ao meu querer.
                                                                   João Pedro Oliveira (16/07/2012)

De morrer uma lembrança


                                De morrer uma lembrança
A cada dia vão que passa a cada anseio prematuro e elusivo, me recordo com mais clareza e intensidade do que se diz respeito a morrer e a odiar quem já me amou.  Nós dois estamos a entender o que se passa na cabeça um do outro, o que é raro, pois a única coisa que acontecia era um simples e discreto “oi”. Eu vivo num mundo que você criou que no passado pairávamos, mas agora tudo é saudade e cinza tudo está.
A única recordação sua que ficou é o seu cheiro dentro deste livro e o que me resta é ler, nada mais do que isso. Há se tudo voltasse, mas nada é igual, queria poder querer o teu querer.
                                           João pedro oliveira ( 12/04/2011)

Balbuciar



                          Balbuciar
O fato de um dia conseguir me tira o receio de evoluir, sendo errante, mas de alguma forma ainda estas aqui, pelo menos aqui na minha mente. Viver é apenas existir sabendo que vai morrer e se acabar, sabendo que estar errado não é de fato querer errar.  Sim eu já errei não tanto como imaginei que iria errar, mas a vida ensina a crescer e a evoluir com seus pensamentos.
                                              João Pedro oliveira (01/06/11)                                                                                                                                                                                                                              

Andarilho


                                      Andarilho
Caminhando sinto a triste felicidade de estar alegre, meu coração se manifesta como o poente sol das tardes vazias, Me perco nestas alegrias efêmeras que o coração se deslumbra. Desvendando todos os mistérios desta alma errante, Me embebedo com essas ardentes emoções. Escrevo minha alma, decifro os meus sonhos, imagino um passado perfeito, vivo um mundo perfeito ao menos nesse tempo de meia vida, vida essa criada na minha mente. Vivendo na imaginação de permanecer vivendo, fico desequilibrado ao ver ao meu redor tantos caminhos irrelevantes e sem destino vago pelo que eu acho que é certo. Os olhos cegos de tanto não ver, vivem a emoção de tiver de longe e saber que não é uma miragem ofuscada, mas sim um ser real vivente, mas como está longe de mim tua imagem. Estou indo em direção a você e assim permanecerei até o fim. Encontrarei você. Mas não fuja, não fuja.

                                                           João Pedro oliveira (25/07/12)

“A CASA DOS ANSEIOS DE IAN” (4:44)











“A CASA DOS ANSEIOS DE IAN” (4:44)


Em uma cidade isolada sem movimento morava Ian, idoso e de aparência jovem, Ian era um homem iludido e sem muitas perspectivas de vida, experiente no amor, casou-se duas vezes, a primeira mulher dele veio aos 20 anos, com quem ele tivera um filho, mas logo se separou. A segunda mulher veio aos 55 anos, com quem ele teve uma filha que morreu dois anos apos o casamento, com todas as desavenças e problemas de saúde, a segunda mulher chamada Lindsay morreu aos 45 anos de idade. Iludido e magoado, prometeu a si mesmo não se apaixonar por mais ninguém, decidiu mudar para uma cidade no interior da Califórnia, onde ele queria acabar com toda vida de ilusão e passar o resto da vida em Bakersfield. Lá hospedou-se num hotel barato e longe do centro, um lugar sombrio e cheio de casas abandonadas e em ruínas, no hotel não havia luxo e nem algo parecido com isso. As pessoas eram estranhas, usavam cordões de crucifixo invertido, mas não havia outro hotel pra se hospedar na cidade, então acabou ficando neste hotel. Com a aposentadoria dava para quitar todas as despesas. Bakersfield era uma cidade muito bonita pelo dia, mas pela noite tudo mudava, até a forma das pessoas falarem, despreocupado, Ian não percebeu isso.


Três dias se passaram, mas naquela noite do terceiro dia no hotel, quando sem sono levantou, ele passou pelo corredor normalmente, pegou seu copo de água, mas ao passar no corredor notou a janela aberta, do lado de fora avistava uma casa vizinha a uns mil metros do hotel, sem tantas preocupações decidiu caminhar, olhou a hora no seu velho relógio de pulso, trancou a janela e foi caminhar. Passou por muitas casas abandonadas e percebeu que as únicas pessoas que habitavam aquela região da cidade eram as pessoas do hotel, no entanto ouviu um barulho vindo de uma casa onde estava passando não tão velha mas abandonada e de luzes acesas, resolveu bater na porta, notou que ela estava apenas escorada, chamou três vezes, mas ninguém apareceu, então ele resolveu entrar. A casa era bem maior por dentro e com moves empoeirados, a sala era enorme e cheia de fotos de uma menina que ele achou muito parecida com a filha dele, que morreu de bronquite com dois anos de idade, Ouviu um som frenético vindo dos fundos da casa, era um som de uma pessoa gritando, Ian correu rapidamente para os fundos da casa onde estava vindo o som, mas não viu nenhuma pessoa e nem se quer ouviu mais os gritos, pensou que fosse coisa da cabeça dele, resolveu voltar para o hotel e tentar dormir. No café da manhã do dia seguinte, perguntou as pessoas do hotel se conheciam os ex-moradores da casa vizinha, ela falou que eles haviam se mudado para os Estados Unidos. Ian notou uma certa insegurança da mulher ao falar com ele, e mais tarde naquela noite Ian resolveu saber um pouco mais sobre a casa dos anseios dele, No mesmo horário ele estava lá. Ao entrar na casa, inevitavelmente notou que estava sem energia, resolveu usar seu isqueiro velho, entrou no quarto procurou qualquer informação mais precisa sobre as pessoas da casa e qual as desavenças que eles tinham com as pessoas do hotel. Agachado sentiu uma leve mão em sua nuca e as luzes se acenderam, nervoso correu para porta mas estava trancada sem motivos, e novamente o som de uma voz de uma pessoa gritando, como se tivesse incomodada com alguma coisa. E as luzes novamente se apagaram exceto uma luz nos fundos, foi correndo em direção a luz, mas era muito longe, era como se fosse impossível alcançar, quanto mais ele corria mais longe ficava a luz. Então aparece uma criança na frente dele:

- Quem é você?

Perguntou Ian, mas ela só cantava uma musica, musica de ninar.
Ian vai abrindo os olhos e quando eles estão totalmente abertos, Ian enxerga uma enfermeira,

-Onde estou? Pergunta Ian.

-você está em um hospital, você esteve em coma deis do acidente de carro onde teve que amputar as suas duas pernas.

Ian reflete, olha para o seu redor e percebe que tudo sobre a cidade de Bakersfield não passou de um mero pesadelo enquanto esteve em coma, mas ao olhar pro lado vê uma menina (supostamente companheira de quarto), notou que ela era de fato a garota do pesadelo e ela começa a contar a musica de ninar do sonho de Ian. Ian morreu três horas mais tarde por insuficiência cardíaca, aos 56 anos de idade, hás 4:44 da manhã de sexta de 1894.
                                                       João Pedro Oliveira (24/07/2012)                  

Longe



                                  Longe
Outrora devaneei um passado não existente, infrutífero e insistente.         Estava longe tua face de mim e ao cair no chão estranhamente me ergui, ao distanciar meu pensamento, sonzinho, esqueci de voltar ao início do fim. De imediato insisto, desdenhe de todo o amor vertiginoso e impuro. Não se deixe viver na matéria impura e hostil, esqueça o dia em que terá que escapar das garras da monotonia e do tédio. Associe a sua desconfiança com todas as boas intenções de seus anseios inocentes e passionais, esvazie as mágoas de amores efêmeros da sua cabeça, complete com autoconfiança e não esqueça: você não morrerá, pelo menos não hoje, pelo menos não agora. Não se esqueça de deixar um espaço na sua memória para eu vagar em paz. O mundo que estou não é tão bonito, não é tão perfeito comparado com estar com você. Vivo vagando sem destino na imensidão esperando o dia em que vireis tua face junto a minha. Não temas a morte, não se esquive, venha em minha direção, não se envolva com a ilusão de estar vivendo, me acompanhe na imensidão. Esteja aqui, viva o fim, despreze o passado, não viva o presente e esqueça o futuro. Aonde vai com todo meu amor? Volte e acabe com esse ardor de sua face, feche seus olhos que te levarei junto a mim, sem “mas” viva aqui comigo e mais ninguém, esqueça de tudo e de todas. Não se lembras do dia em que me vices morrer? Mas ora como não se lembras? Se fores tu que encimaste todo aquele rancor de ódio em mim, colocando em fim aquela bala em meu peito que estava a apascentar todo o momento tenebroso.