Longe
Outrora devaneei um
passado não existente, infrutífero e insistente. Estava longe tua face de mim e ao cair no
chão estranhamente me ergui, ao distanciar meu pensamento, sonzinho, esqueci de
voltar ao início do fim. De imediato insisto, desdenhe de todo o amor
vertiginoso e impuro. Não se deixe viver na matéria impura e hostil, esqueça o
dia em que terá que escapar das garras da monotonia e do tédio. Associe a sua
desconfiança com todas as boas intenções de seus anseios inocentes e passionais,
esvazie as mágoas de amores efêmeros da sua cabeça, complete com autoconfiança
e não esqueça: você não morrerá, pelo menos não hoje, pelo menos não agora. Não
se esqueça de deixar um espaço na sua memória para eu vagar em paz. O mundo que
estou não é tão bonito, não é tão perfeito comparado com estar com você. Vivo
vagando sem destino na imensidão esperando o dia em que vireis tua face junto a
minha. Não temas a morte, não se esquive, venha em minha direção, não se
envolva com a ilusão de estar vivendo, me acompanhe na imensidão. Esteja aqui,
viva o fim, despreze o passado, não viva o presente e esqueça o futuro. Aonde
vai com todo meu amor? Volte e acabe com esse ardor de sua face, feche seus olhos
que te levarei junto a mim, sem “mas” viva aqui comigo e mais ninguém, esqueça
de tudo e de todas. Não se lembras do dia em que me vices morrer? Mas ora como
não se lembras? Se fores tu que encimaste todo aquele rancor de ódio em mim,
colocando em fim aquela bala em meu peito que estava a apascentar todo o
momento tenebroso.
Modo interessante o teu de escrever, leva a uma reflexão sobre amor: incondicional, doentio, generoso...
ResponderExcluirGostei do texto!